Portugal na balança de Abril
O Pulsar da Revolução*
*Centro de Documentação 25 de Abril
16 de Março
•Os capitães do Regimento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha tomam o comando do Quartel e de madrugada avançam, sob o comando do capitão Armando Ramos, sobre Lisboa. O MFA não consegue impedir a saída das unidades próximas de António de Spínola, agitadas pela demissão deste e de Costa Gomes. Cerca de 200 militares são presos, entre os quais Almeida Bruno, Manuel Monge, Casanova Ferreira, Armando Ramos e Virgílio Varela.
18 de Março
• A Comissão Coordenadora divulga um Comunicado (2/74) redigido por Otelo Saraiva de Carvalho e Vítor Alves acerca do golpe das Caldas e sua importância para o Movimento.
•O jornal República publica na sua página desportiva uma mensagem de confiança dirigida "aos muitos nortenhos que no fim de semana avançaram até Lisboa, sonhando com a vitória" para concluir que "perder uma batalha não significa perder a guerra".
• Encontro de Otelo Saraiva de Carvalho com Vítor Alves e Melo Antunes, tendo ficado este encarregado da redação de uma espécie de programa político, a partir da circular 2/74 e do manifesto O Movimento as Forças Armadas e a Nação, mas que aclarasse o sentido político e pormenorizasse os objetivos do Movimento.
19 de Março
•António de Spinola recusa encontrar-se diretamente com uma delegação de pára-quedistas, para uma reunião sugerida por Otelo Saraiva de Carvalho a António Ramos, dada a urgência e a necessidade de se coordenarem esforços. O General aceita, porém, ser representado nesses contatos por Rafael Durão.
20 de Março
•Reunião do Movimento na Parede. Perante a determinação do Movimento e a intransigência do Governo, conclui-se pela probabilidade de triunfo de um movimento militar razoavelmente organizado. Foi decidido:
- Elaborar um plano de operações viável, cuidado e tão completo quanto possível.
- Escolher em todos os sectores da orgânica do Movimento, um elemento-sombra para todos os elementos em funções.
20 de Março
•Reunião do Movimento na Parede. Perante a determinação do Movimento e a intransigência do Governo, conclui-se pela probabilidade de triunfo de um movimento militar razoavelmente organizado. Foi decidido:
- Elaborar um plano de operações viável, cuidado e tão completo quanto possível.
- Escolher em todos os sectores da orgânica do Movimento, um elemento-sombra para todos os elementos em funções.
22 de Março
Reunião de alguns membros do Movimento em casa de Vítor Alves. Presentes elementos dos três ramos das Forças Armadas: Melo Antunes, Otelo Saraiva de Carvalho, Hugo dos Santos, Almada Contreiras, Cunha Lauret. Melo Antunes dá a conhecer a primeira versão do programa político do Movimento, que merece a aprovação de todos os presentes. Devido à sua partida para os Açores, entrega o documento a Vítor Alves, para o trabalhar com o gabinete escolhido para o efeito. Combina ainda com Otelo Saraiva de Carvalho um telegrama em código que o informe do início das operações.
28 de Março
•Marcelo Caetano na sua última «Conversa em família» assume um tom premonitório: "fica-me a tranquilidade de ter sempre procurado cumprir diretamente o meu dever para com o país".