Razões
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A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1998) define Educação para a Saúde como “qualquer combinação de experiências de aprendizagem que tenham por objetivo ajudar os indivíduos e as comunidades a melhorar a sua saúde, através do aumento dos conhecimentos ou influenciando as suas atitudes” .
Esta definição visa contribuir para a operacionalização do conceito de Promoção da Saúde definido na Carta de Ottawa (1986), como “o processo que visa aumentar a capacidade dos indivíduos e das comunidades para controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorar”.
Tendo por base estas ideias surge, no final dos anos 90, a rede Europeia de Escolas Promotoras de Saúde (SHE) , sob os auspícios da Comissão Europeia, do Conselho da Europa e do Gabinete Regional da OMS para a Europa. A Escola Promotora da Saúde (EPS) é, nesta perspetiva, uma escola que fortalece sistematicamente a sua capacidade de criar um ambiente saudável para a aprendizagem.
A EPS é, assim, um espaço em que todos os membros da comunidade escolar trabalham, em conjunto, para proporcionar aos alunos, professores e funcionários, experiências e estruturas integradas e positivas que promovam e protejam a saúde . Nesta abordagem, a classificação de EPS não pode ser atribuída, como frequentemente é entendido, em função de um projeto com início e fim , do desenvolvimento de atividades específicas ou por apresentar características físicas particulares. Uma EPS caracteriza-se por uma abordagem integral e plena de toda a escola, ao nível da sua cultura, política e prática, o que determina a forma como vê o aluno e a comunidade educativa. Segundo a OMS, uma EPS :
(i) fomenta a saúde e a aprendizagem com todas as medidas ao seu alcance;
(ii) implica os setores da saúde e da educação: professores, alunos, funcionários, pais, profissionais de saúde e líderes comunitários esforçam-se por tornar a escola um lugar saudável;
(iii) proporciona um ambiente seguro e saudável e, em parceria com os serviços de saúde e com a comunidade escolar, cria oportunidades de promoção da saúde mental, apoio social, aconselhamento, alimentação saudável e atividade física;
(iv) implementa políticas e práticas que respeitam o bem-estar e a dignidade do indivíduo, fornecem múltiplas oportunidades para o sucesso, reconhecem os esforços, bem como as realizações pessoais;
(v) esforça-se por melhorar a saúde dos alunos, da equipa educativa, das famílias e membros da comunidade e trabalha com as autoridades locais ajudando-as a entender de que forma a comunidade pode contribuir para a melhoria da saúde e educação. Ainda segundo a OMS, a EPS preocupa-se em desenvolver nos alunos e restante comunidade a capacidade de:
• cuidar de si e dos outros;
• tomar decisões saudáveis, e tendo controlo sobre as circunstâncias da vida;
• criar condições que conduzam à saúde (por meio de políticas, serviços, condições físicas / sociais);
• desenvolver competências para a equidade, a justiça social e o desenvolvimento sustentável;
• prevenir as principais causas de morte, doença e incapacidade: uso do tabaco, drogas e álcool, HIV / DST, má nutrição (sobre e subnutrição), sedentarismo, violência e lesões;
• influenciar comportamentos relacionados à saúde: conhecimentos, crenças, habilidades, atitudes, valores, de apoio.
Importa, pois, levar estas intenções e programas até às escolas, para poderem acessibilizadas às comunidades escolares.
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